BOLSONARO VIROU PÁRIA INTERNACIONAL

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BOLSONARO VIROU PÁRIA INTERNACIONAL

A derrota de Benjamin Netanyahu, que perdeu o governo israelense após 12 anos, deixou Jair Bolsonaro sem seu último apoio internacional. Não há mais líderes mundiais que tenham um mínimo de interlocução com o brasileiro. Bolsonaro tentou legitimar seu governo copiando de forma até constrangedora Donald Trump. O governo disruptivo do americano, que culminou com uma desastrada tentativa de invasão do Congresso dos EUA, serve até agora de inspiração para Bolsonaro. Sem Trump, o presidente é apenas uma figura bizarra de direita, mais um populista com tendências golpistas na América Latina, região que continua a perder relevância no cenário internacional. O Brasil lidera a derrocada. Já deixou de ser destino preferencial de investimentos e sua importância diminui à medida que deixa o primeiro pelotão da economia mundial. Irrelevante, Bolsonaro nem foi convidado para o último encontro do G7.

Bolsonaro tentou reproduzir com Netanyahu a mesma parceria estratégica que sonhou com Trump. Mas o próprio israelense guardou uma distância prudente do brasileiro, receoso que Bolsonaro pudesse enfrentar o Tribunal Penal Internacional pelo genocídio de indígenas. É o que a CPI da Covid descobriu com documentos inéditos do Itamaraty. Netanyahu também ignorou laços históricos com os EUA, preferindo apostar na agenda ultradireitista de Donald Trump. Joe Biden e o novo premiê israelense já estão deixando para trás também essa aliança extremista.

O mandatáio brasileiro ficou isolado. Uma de suas últimas apostas furadas foi com o líder indiano, o nacionalista Narendra Modi. O brasileiro conseguiu importar cloroquina da Índia para empresas amigas, mas não conseguiu trazer um lote de vacinas a toque de caixa em janeiro, para furar a vacinação de João Doria em São Paulo. O próprio Modi virou um pária internacional, ao assumir, no lugar de Bolsonaro, o papel de líder do novo epicentro global da pandemia. A tragédia indiana reproduziu o negocionismo de Bolsonaro, com resultados igualmente catastróficos.

O ex-capitão não é ouvido nem na América Latina, nem no mundo. Ele gosta de dizer que dialoga com líderes como Xi Jinping. O pragmatismo do regime chinês faz seu presidente conversar até com o brasileiro, mesmo que Bolsonaro continue atacando o país asiático e dificultando a vinda de insumos para as vacinas. Jinping vê um cenário de relações que transcende o governo brasileiro. Já Bolsonaro não consegue enxergar o horizonte da política externa porque nunca compreendeu a ligação entre dois países além da relação pessoal entre líderes populistas e autoritários. Enxerga o mundo à sua semelhança. O mundo não enxerga mais ele.

fonte: www.msn.com