Passeio pelas ruas da Capital está previsto para a manhã de sábado (10)

Vereadores da bancada do PT na Câmara Municipal pediram, nesta quinta-feira (8), que órgãos municipais de trânsito, saúde e segurança pública fiscalizem a motociata com Jair Bolsonaro, programada para ocorrer em Porto Alegre no próximo sábado (10). Segundo o pedido de providências apresentado ao governo Sebastião Melo, a Prefeitura tem obrigação de zelar pelo Código Brasileiro de Trânsito, o cumprimento de medidas sanitárias estabelecidas em decreto municipal e incitação ao ódio, violência, racismo, lgbtfobia e outros crimes previstos na Constituição e legislação federal. Caso não o faça. O documento lembra que, caso não zele pela legislação vigente, o agente público municipal pode ser enquadrado em crime de prevaricação.

“Respeitamos a democracia e manifestações políticas, mas verificamos que outros atos semelhantes país afora desrespeitaram a legislação e não gostaríamos de observar a mesma prática em nossa cidade”, afirma o vereador Aldacir Oliboni, líder do PT. “Todos, inclusive o presidente e o prefeito, devem respeitar a Lei e, se descumpri-la, devem receber punição exemplar. Caso contrário, seria mais um deboche à sociedade brasileira e um desrespeito às famílias das mais de 530 mil vítimas da covid-19 em nosso país”, completa.

Além do líder partidário, assinam o pedido de providências, documento oficial do legislativo, os vereadores Jonas Reis, Leonel Radde e Reginete Bispo que integram a bancada petista na Câmara.

Em Santa Catarina, onde Bolsonaro liderou passeio semelhante pelas ruas de Chapecó, com o prefeito da cidade na garupa, no dia 26 de junho, uma série de manifestações ocuparam as ruas de diversas cidades em protesto contra as mais de 500 mil mortes pela covid-19, agravadas pelas medidas inadequadas do governo federal e as denúncias de corrupção na compra de vacinas.

10J solidário
Enquanto Bolsonaro realiza sua motociata pela Capital, os movimentos que defendem o impeachment promovem o 10J solidário. Organizada pela Frente Brasil Popular RS, o Comitê Popular de Enfrentamento à Covid de Porto Alegre e pelas centrais sindicais, a ação contará com um drive thru de arrecadação de alimentos, que funcionará das 9h às 14h, em frente ao Simpa, na rua João Alfredo, junto com uma cozinha comunitária que deverá produzir em torno de 300 quentinhas. Além disso, outras três cozinhas comunitárias serão instaladas nos bairros Farrapos, Cruzeiro e Glória.

Da cozinha instalada na João Alfredo, às 11h, partirá o grupo de motoboys e motogirls da solidariedade, que levará as quentinhas para distribuição a pessoas em situação de rua. Os alimentos para produção das quentinhas serão doados pelo Movimento Sem Terra, responsável, também, pela organização das cozinhas nos bairros. Além disso, o MST vai doar uma cesta básica para cada motoboy e motogirl cadastrado que participar das entregas das quentinhas.

Integrante do Comitê Popular, Silvana Conti destaca “o povo quer comida no prato, vacina no braço, auxílio emergencial de $600, emprego e não um desfile de ostentação do presidente”.

Para o presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci, os movimentos sociais, que colocaram 70 mil pessoas nas ruas de Porto Alegre no 3J, avaliam que a melhor maneira de repudiar a campanha antecipada de Bolsonaro é estendendo a mão para as famílias trabalhadoras que passam fome. “As motociatas de Bolsonaro são um deboche à dor do povo brasileiro, que chora mais de 500 mil mortes”, critica.

Já Cedenir Oliveira, da coordenação da Frente Brasil Popular RS, lembra que as atividades deste sábado irão mostrar quem está ao lado de quem. “Enquanto Bolsonaro vai concentrar motões na Fiergs, templo da burguesia gaúcha, nós estaremos nas vilas, ao lado dos pobres e dos famintos”, compara.

fonte: sul21.com.br