Amigo Radialista do Rio Grande do Sul e do Brasil, vamos falar um pouco sobre rádio, o principal meio de comunicação dos brasileiros no início do século XX foi o rádio. Estreando em 1922 no Brasil, no centenário de independência do país, o radiodifusor logo se propagou como a maior fonte de notícias dos brasileiros, em especial nas décadas de 30 e 40, na Era Vargas, com a instituição de programas governamentais de notícias como A Voz do Brasil, até hoje em vigor.
Por trás deste programa diário, dentro de uma cabine em uma estação de rádio, ficava o radialista, levando a sua voz – e apenas a sua voz – para a casa de todos os brasileiros. Salvo se por algum motivo específico fosse fotografado e acaso esta imagem fosse veiculada por outro meio, como no jornal impresso ou, a partir da entrada do televisor, filmado, sequer se conheceria da imagem física do radialista. Uma figura simultaneamente pública, pela distinção de sua entonação característica, quanto oculta, por se desconhecer sua imagem. Sua voz era sua marca.
Mais tarde, surge a televisão, já no pós-segunda guerra mundial. A imagem passa a ser central na transmissão. Mesmo com o reinado da televisão, porém, o rádio nunca perdeu completamente sua importância.
Recentemente, entretanto, com o advento da internet altera-se o contexto desta profissão, em especial com as redes sociais. A rede mundial é hoje a mídia mais consumida no mundo, ultrapassando inclusive a televisão. Hoje, o radialista não apenas tem sua voz gravada, como a sua imagem também está sendo transmitida em tempo real em plataformas como YouTube, Facebook, Instagram, X, bem como no site da própria transmissora de rádio.
O programa de rádio não é mais transmitido apenas por ondas de radiodifusão, como também na internet por meio de voz e imagem. Esta migração não poderia ter outra finalidade: alcançar uma maior gama de ouvintes/consumidores e, por conseguinte, mais anunciantes; anunciantes estes que, agora, poderão inclusive escolher se querem anunciar apenas no rádio ou se também na internet, exigindo que o locutor apresente fisicamente o produto.
O que antes era apenas a voz, hoje é a voz e a imagem do radialista. Se antes pouco importava a vestimenta e a forma de se portar do locutor, agora se torna uma preocupação constante com a sua aparência e a gesticulação que terá de realizar, posto que terá de manter a atenção não apenas do ouvinte, como também do espectador.
São novas as exigências sobre a profissão, mas que mantém sua remuneração estática, sem qualquer previsão da devida indenização decorrente da exploração de sua imagem por outrem.
Desta forma, o Sindicato dos Radialistas do Estado do Rio Grande do Sul, lança a campanha “EU QUERO MEU DIREITO DE USO DE IMAGEM”.
Distribuiremos um adesivo para todos os colegas que desejamos que seja usado de forma constante por todos para que nossos colegas tenham o reconhecimento por parte do Radiodifusor.
É muito importante que todos pensem nisto e venham aderir esta campanha para juntos conquistarmos um direito para todos os profissionais do Rio Grande do Sul e do Brasil.
A TUA IMAGÉM É A IMAGEM DA TUA EMISSORA, E TU TEM O DIREITO DE RECEBER POR ISTO.
“JUNTOS SOMOS MAIS FORTES”