“Se preparem, porque alguém melhor do que esse presidente vai ganhar as eleições”, disse o ex-presidente em ato do 1º de maio

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou seu discurso no ato das centrais sindicais, neste domingo (1), pedindo desculpas aos policiais pela gafe cometida ontem (30), quando disse que Jair Bolsonaro só “gosta de polícia, não gosta de gente”. Lula se corrigiu, explicando que queria ter dito “milícia” ao invés de polícia.

Na sequência, explicou ter optado por ficar meio escondido no palco durante as falas com contexto eleitoral de lideranças sindicais que o antecederam no palco montado na Praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, em São Paulo. O receio era sofrer algum tipo de punição por propaganda eleitoral antecipada, já que, oficialmente, ele ainda não é candidato à presidência da República.

“Vocês sabem que não temos muita gente favorável na Justiça. Pode ter gente que não goste do que a gente está falando. Então fiquei um pouco atrás porque não posso falar de eleição”, ponderou, para logo destacar que estava ali para participar do ato em homenagem ao Dia do Trabalhador e da Trabalhadora, comemorado em 1º de maio, com o tema “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”. O ato foi organizado pela CUT, Força Sindical, CTB, UGT, NCST, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora e Pública.

Feitas as ressalvas, Lula partiu para o roteiro esperado. Começou lembrando que quando foi presidente por dois mandatos consecutivos, o salário-mínimo teve aumento real e a inflação ficou dentro da média projetada pelo governo, em contraposição a maior inflação dos últimos 27 anos para o mês de março registrada em 2022.

“Temos que fazer uma luta incomensurável pra reduzir a inflação e transformar aquilo que é inflação, em aumento de salário para que o povo possa comer e viver melhor”, afirmou. “Se preparem, porque alguém melhor do que esse presidente vai ganhar as eleições!”

As críticas a Bolsonaro e um possível futuro melhor para o País marcaram o tom do discurso de Lula no ato de 1º de maio. “Esse cidadão só governa para os milicianos dele e, alguns, quem sabe, responsáveis pela morte de Marielle”, disse o ex-presidente, lembrando que até hoje estão impunes os mandantes da morte da ex-vereadora do PSOL e de seu motorista Anderson Gomes.

Lula criticou o clima de ódio “imposto no País” por Bolsonaro e vislumbrou um futuro com menos salas para treinar tiro e mais locais dedicados à literatura e aos livros. “Se preparem”, alertou, pela segunda vez, “logo vai estar tudo formalizado e vamos acordar num belo dia de outubro para agradecer que a liberdade abriu as asas sobre o povo brasileiro”.

Ao final, o ex-presidente disse que a sociedade brasileira precisa voltar ao período em que o amor supera o ódio, e a cultura supera a ignorância. “Iremos recuperar o Brasil para o povo brasileiro”, encerrou o discurso um Lula ainda sem ser candidato oficial, mas com todo o figurino vestido.

fonte: sul21.com.br