Após escapar de ficar de fora do segundo turno por 2,5 mil votos, Leite diz que não quer nacionalizar a disputa contra Onyx

Na manhã desta segunda-feira (3), o ex-governador e candidato à reeleição Eduardo Leite (PSDB) concedeu entrevista coletiva, na sede da campanha em Porto Alegre, sobre os resultados do primeiro turno. Apesar de ser o favorito nas pesquisas, Leite conquistou a vaga no segundo turno para enfrentar Onyx Lorenzoni (PL), líder na primeira volta, por apenas 2,5 mil votos de vantagem para o candidato Edegar Pretto (PT). Na coletiva, que deveria ocorrer na noite de domingo (2) e foi adiada, Leite não se comprometeu a anunciar apoio para nenhuma candidatura que está no segundo turno da disputa nacional, mas disse que há disposição para buscar um diálogo com Pretto para o segundo turno local.

Leite e seu candidato a vice, Gabriel Souza, avaliaram que a chapa foi uma “sobrevivente” de centro de uma eleição marcada pela polarização e em que, na maioria dos estados, chapas aliadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT) saíram vitoriosas ou se enfrentarão no segundo turno. “Conseguimos formar uma grande coalizão política que resistiu à polarização nacional”, disse.

Após uma fala inicial, Leite foi questionado principalmente sobre como irá se posicionar na disputa presidencial, bem como se buscaria o apoio de Pretto na disputa local. A respeito da disputa nacional, Leite afirmou que irá tomar uma posição, mas que isso só acontecerá após conversar com o seu grupo político. O ex-governador diz que há gente do seu lado que votará no Bolsonaro e pessoas que votarão no Lula, e que será preciso chegar a um entendimento a partir do que é melhor para o Estado. “Eu, como cidadão, terei meu voto no dia 30”, disse. “Não tomarei uma posição individual antes de conversar e dialogar com o meu grupo político”, complementou.

Questionado se adotaria o mesmo posicionamento de Simone Tebet (MDB), candidata que apoiou no primeiro turno e que também disse que iria se posicionar em um momento futuro, Leite disse que e questão será avaliada, mas não quis se comprometer a segui-la.

Após diversas perguntas sobre como irá se posicionar sobre a disputa nacional e se iria procurar a candidatura de Edegar Pretto, Leite chegou a se mostrar contrariado e frisou que vai tentar focar a disputa de segundo turno nas questões locais Rio Grande do Sul, sem nacionalizar a disputa contra Onyx. “Todos temos biografias políticas para sermos avaliados. E eu não preciso ser medido por essa regra estreita que tomou a política nacional entre Lula e Bolsonaro”.

Contudo, mais perto do final da coletiva, Leite sinalizou abertura para conversar com a chapa petista, afirmando que nunca viu o PT como inimigo, apenas como adversário político.

“Eu já tive conversas inúmeras com o Partidos dos Trabalhadores como governador e encontrei o lado do PT com disposição ao diálogo. (…) Da nossa parte, haverá disposição para diálogo, espero que haja disposição da parte do PT”.

Por outro lado, deixou claro que, se ocorrer, não deverá ser uma conversa baseada em troca de apoios mútuos, com, por exemplo, o PSDB apoiando Fernando Haddad (PT) na disputa em São Paulo, ou com a garantia de que um eventual segundo governo seu assumirá compromissos com a esquerda. “Podemos e acho que deveremos conversar, mas isso não significa nenhum tipo de acordo político”.

Por sua vez, Gabriel Souza disse que telefonou para Edegar Pretto para parabenizá-lo pela votação. Souza disse que não foi feita nenhuma conversa sobre apoios, mas sua resposta sinaliza a possibilidade de um diálogo para o segundo turno.

fonte: sul21.com.br