AS LÁGRIMAS DE GALVÃO SECARAM. LONGE DA GLOBO. COM CASAGRANDE E ARNALDO. BRASIL E MARROCOS É O REENCONTRO COM A SELEÇÃO

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AS LÁGRIMAS DE GALVÃO SECARAM. LONGE DA GLOBO. COM CASAGRANDE E ARNALDO. BRASIL E MARROCOS É O REENCONTRO COM A SELEÇÃO

Já que a Globo não o queria mais narrando, ele criou seu canal na Internet. Transmitirá jogos da Seleção e a meta é a Copa de 2026. Com Casagrande e Arnaldo. Domingo, Brasil e Marrocos é a estreia

reprodução/instagram

Os jogos do Brasil deixaram de ser um ‘produto’ exclusivo da emissora em todos os segmentos.

A CBF criou coragem e rompeu de vez o monopólio obrigatório. Ao longo de décadas, mesmo oferecendo menos, a emissora carioca ficava com as partidas da Seleção.

O rompimento foi aos poucos. A Globo deixou de ter o apoio total da CBF desde o escândalo que levou para a cadeia o ex-presidente da CBF, e ex-governador de São Paulo, José Maria Marin, em 2017.

Agora, com o presidente Ednaldo Rodrigues, passou a ser tratada como todas as outras emissoras.

Em profunda crise financeira, a Globo decidiu investir forte no streaming. E os 21 anos de fracassos da Seleção, em Copas do Mundo, abalaram a convicção de que é necessário, de qualquer maneira, manter os jogos do Brasil.

O contrato da Globo com a CBF em relação aos jogos da Seleção, que começou em 2017 terminou em dezembro de 2022. Eram ‘singelos’ R$ 20 milhões por ano. Quantia considerada irrisória, já que a CBF decidiu fazer como a Federação Paulista de Futebol e vender os direitos de transmissão separados. Tevê aberta, canais fechados, Internet.

Não houve acordo para 2023. A Globo quer um contrato até a Copa de 2026. A CBF considera a oferta, que está em segredo, baixa.

E não implorou.

Repassou a transmissão da partida do Brasil contra o Marrocos para a produtora Brax buscar outros interessados. A Band ficou com o jogo do dia 25, para a tevê aberta.

E para a Internet, as imagens foram vendidas para o canal Galvão Bueno, no Youtube.

Será surreal.

O locutor passou por 40 anos sendo a voz do futebol da Globo.

Só que, com 72 anos, a emissora carioca não o queria mais narrando a Seleção Brasileira.

Mas agora, bancado pela Play9, empresa do influenciador Felipe Neto, ele tem o seu próprio canal.

E será por ele que Galvão transmistirá o jogo do Brasil contra Marrocos, com comentários de Walter Casagrande e Arnaldo César Coelho. Com Tino Marcos trabalhando como ‘repórter’ de estúdio, já que não estará em Tanger.

O irônico é que Galvão tem contrato com a TV Globo. Mas ele só vale para locução das chamadas esportivas. E para as Olimpíadas de Paris. Está absolutamente solto para transmitir jogos onde desejar.

O canal Galvão Bueno será uma pedra no sapato da Globoplay. Já que tem estrutura montada para brigar pela transmissão dos jogos da Seleção Brasileira e também lutará por torneios importantes como Libertadores, Copa do Mundo, Eliminatórias.

Enfrentará de frente a TV Cazé, do influenciador Casimiro, que chegou a transmitir a Copa do Catar.

Ou seja, todas as lágrimas de Galvão pela despedida da Copa do Mundo, que foram derramadas no Catar, pela Globo, podem terem sido desperdiçadas.

O ‘adeus’ à Seleção Brasileira já se mostrou um blefe.

Como tem tudo para ser também o ‘nunca mais’ às Copas do Mundo, com o desejo, o trabalho iniciado para ir aos Estados Unidos pelo youtube.

Como demonstração do menor investimento da Globo no futebol está a transmissão da Copa de 2026. A emissora carioca aceitou mostrar a competição sem a exclusividade até na tevê aberta.

Ou seja, se a RecordTV, se a Band, se a Cultura, se o SBT, se a TV Cultura decidirem comprar os direitos, também poderão.

“É um processo irreversível. Está claro que não precisamos do monopólio de emissora alguma por conta do futebol. As Federações e a própria CBF enxergaram que ser possível e muito mais lucrativo vender os jogos para as tevês abertas, para os canais a cabo e para o streaming de forma independente. Simples assim”, disse, com exclusividade, ao blog, o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos.

A modernidade chegou até à situação surreal.

Galvão Bueno… Casagrande….

Arnaldo César Coelho…

Tino Marcos….

Todos transmitindo jogo da Seleção Brasileira fora da Globo…

A CBF sem estar submissa à emissora carioca…

O futebol brasileiro mudou de vez…

fonte: esportes.r7.com